30 de setembro de 2012

A Senhora de Avalon - Marion Zimmer Bradley


Livro: A Senhora de Avalon
Autor: Marion Zimmer Bradley
Editora: Rocco
Ano: 1997

Sinopse:
É uma história que atravessa os séculos e profetiza o nascimento do rei Arthur. O livro conta a saga de uma ilha sagrada narrada por sucessivas gerações de sacerdotisas que servem a grande Deusa da era pagã. A história de vida de três mulheres - Caillean, Dierna e Ana - que comandam a sorte da Inglaterra lendária.

Comentários: 
Quando vi o tema desse mês para o desafio literário (Mitologia Universal) decidi ler um livro que eu tinha, vergonhosamente, esquecido na estante há um certo tempo, A Senhora de Avalon, e esta se provou uma das melhores leituras que fiz este ano. 
Como a  contracapa do livro explica, essa história veio para ligar outros livros da autora, A Casa da Floresta e As Brumas de Avalon, e vai ambientar toda a história no cenário já explorado pelos livros anteriores: a antiga Bretanha, os domínios de Roma, as guerras contra os saxões, o preconceito religioso que ultrapassou impérios e as mulheres que veneram a Deusa, essas fortes mulheres cuja a história é intrinsecamente ligada à história da Bretanha.
A história traz o elementos da mitologia céltica, de Avalon, e é uma introdução ao ciclo arturiano, abordado posteriormente em As Brumas de Avalon. Ela aborda também a mitologia cristão com elementos conhecidos como o personagem José de Arimatéia e com o Graal, elemento característico das histórias que envolvem o rei Artur. 
O livro é divido em três partes que contam três momentos diferentes da história de Avalon: a primeira ocorre logo após os acontecimentos de A Casa da Floresta, consequentemente possuindo muitas ligações e referências com esse livro, a segunda ocorre mais de 160 anos depois e a terceira tem uma diferença de quase 150 anos com a antecessora. Em cada parte, Avalon é regida por uma Suma Sacerdotisa diferente, que marcaram a história desse local mitológico e são a base para as histórias seguintes. 
A história é inspirada na mitologia celta e aborda a vida, a religião e os amores dessas mulheres que servem a Deusa mostrando todos os rituais e como é a vida dessas mulheres em uma ilha que é separada do mundo, Avalon, e como elas se relacionam com todos os acontecimentos à sua volta, o império Romano, a guerra com os saxões, o preconceito religioso (pois o cristianismo estava em ascensão) e a busca da identidade da terra que defendem, a Bretanha. 
As histórias são envolventes e trazem mulheres marcantes, de personalidade forte e inesquecíveis que lutam pelo que acreditam mas que também estão sujeitas às determinações de suas crenças (a vontade da Deusa ou ligações que são de vidas passadas). 
A narrativa de Marion Zimmer Bradley é linear e aos poucos fisga o leitor de uma maneira que é quase impossível parar a leitura; e como o livro é dividido em três ciclos há muitos momentos de tensão e descobertas que são essenciais na história. 
Essa na verdade não é uma “trilogia” pois as histórias são independentes mas eu recomendo a leitura não pela ordem indicada mas sim começando pelos livros de As Brumas de Avalon depois A Casa da Floresta e por fim A Senhora de Avalon para que todo o ambiente e as descobertas que a autora intencionou possam ser totalmente aproveitados (ps: para ver como essa é só uma sugestão, não foi a ordem que eu li rs, ainda estou na pendência de ler A Casa da Floresta, e senti falta dessa leitura na primeira parte do livro, mas isso não comprometeu o prazer que tive com essa história) 
Livro super recomendado para aqueles que gostam de mitologia celta ou do ciclo arturiano. 

“Diante dos deuses, nada importa além do que você puder criar para si mesmo” p.38

“No momento final, em que ele achava que estava além do pensamento racional, ouviu Sianna murmurar: 
- Eu sou o altar...

- ...e eu sou o sacrifício – ele respondeu, e nessa hora liberou a paixão do homem e o poder do deus que havia dentro dele.” p. 146

“Viviane olhou para ele assustada, querendo avisar que tivesse cuidado com o que dizia, pois tudo o que era dito naquele lugar, naquela noite, tinha poder.” p. 440