30 de novembro de 2012

Cotoco - John van de Ruit


Livro: Cotoco – O Diário Perversamente Engraçado de um Garoto de 13 anos
Autor: John van de Ruit
Editora: Intrínseca
Ano: 2010

Sinopse:
África do Sul, 1990. Dois grandes eventos estão prestes a acontecer: a libertação de Nelson Mandela e, o que para o garoto John Milton é ainda mais importante, o início das aulas no internato. Cercado por pais no mínimo lunáticos, uma avó gagá e colegas de dormitório para lá de estranhos (com apelidos do tipo Lagartixa, Rambo, Rain Man e Cachorro Doido), John (que graças a suas partes íntimas pouco desenvolvidas é debochadamente apelidado de Cotoco) faz o que pode para se adaptar - e tudo indica que não será fácil. Munido apenas da própria perspicácia e de um diário, Cotoco vive uma série de situações bizarras e divertidas: de mergulhos proibidos no meio da madrugada a acirrados campeonatos de críquete, passando pela caça ao fantasma de um professor e por catastróficas férias em família. E é nas páginas de seu diário que acompanhamos o peculiar - e sobretudo engraçadíssimo - funcionamento da mente de um garoto de 13 anos ao descobrir a vida, a amizade... e a pluralidade da fauna humana.

Comentários: 

Cotoco foi um mais um livro indicação do desafio literário que acabou me ganhando aos poucos e no fim virou uma história com a qual criei um certo carinho. 
A narrativa é feita em forma de diário (como menciona no título) com divisão de dias e horas contando a vida de John (vulgo Cotoco), um garoto de 13 anos que vai para um internato, e com isso contar todas as suas aventuras e histórias nesse novo ambiente.
Tinha visto comentários falando sobre este livro que exaltavam que era muito engraçado e cativante, mas assumo que quando comecei a ler a sensação que tive foi justamente a oposta. Não sei se não estava no momento para a leitura ou esse não era o meu tipo de humor, porém o que mais me chamava a atenção nesse livro era a maldade, e em alguns momentos até mesmo crueldade, dos garotos que rodeavam Cotoco. Por estar em um internato apenas para garotos as brincadeiras, ironias e discriminações são latentes e maldosas como só a adolescência sabe ser, apesar de rir algumas vezes em muitos momentos não conseguia achar graça das situações descritas e mesmo de algumas atitudes de Cotoco e acabei lendo pensando que uma hora ia ficar engraçado. 
E foi mais ou menos do meio da história que o livro me ganhou, e não por ficar engraçado (o que realmente fica) mas pela humanização e intimidade que os personagens vão adquirindo durante a narrativa, não são apenas brincadeiras e maldades mas sim adolescentes com todos os problemas que essa fase pode ter e descrita de uma maneira leve pelo ponto de vista de um garoto de 13 anos que também está passando por isso mostrando sua confusão e seu amadurecimento. 
Outros detalhes que me ganharam foram as referências históricas (o enredo se passa na África do Sul, durante o apartheid e logo que Nelson Mandela é solto) e isso é introduzido na narrativa de forma natural. E não podia deixar de comentar as referências literárias, há várias referências de diversos livros (desde Esperando Godot até Senhor dos Anéis). 
Uma narrativa leve sobre o cotidiano de um garoto que tinha tudo para ser trivial, mas que acaba ganhando o carinho do leitor. 


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