31 de dezembro de 2013

[Filme] O Hobbit – A Desolação de Smaug

 Título original: The Hobbit : The Desolation of Smaug
Duração: 161 min
Direção: Peter Jackson
Roteiro: Peter Jackson, Philippa Boyens e Guillermo del Toro
Distribuidora: Warner Bros
Ano:  2013
Avaliação: 5/5
Sinopse: 
Segunda parte da jornada de um hobbit pacato, Bilbo Bolseiro, que é convidado por um mago, Gandalf, a entrar numa aventura como ladrão, com mais 13 anões. Eles precisam roubar Smaug, um dragão que há muito tempo saqueou o reino dos anões do avô de Thorin e que desde então dorme sobre o vasto tesouro. (Fonte: Cinemark)

Comentários: 
Tenho que dizer que esperei quase um ano para assistir a esse filme, a continuação da história de Bilbo e sua jornada junto aos anões e a Gandalf para poder livrar a montanha dos domínios do dragão Smaug. 

Os acontecimentos continuam do ponto em que o primeiro filme parou, mas com alguns acréscimos em que podemos ter várias partes da jornada explicadas, como o porquê que a comitiva de anões precisa de um ladrão e mais sobre o mau que está crescendo. 
Amei esse filme, mesmo com os acréscimos diferentes da história original (como a participação de Legolas e de Tauriel – personagem que nem existe no livro) ficou bem harmonioso e foi possível ver qual é a intenção de Peter Jackson ao fazer o Hobbit em três filmes, pois assim ele ligaria esse enredo ao de Senhor dos Anéis. 

Bilbo e os anões continuam sua jornada para tentar chegar às Montanhas Solitárias e até lá passam por várias aventuras, além de continuarem sendo perseguidos por orcs. Conforme a história vai se passando é possível ver as mudanças dos personagens, como Bilbo vai crescendo e evoluindo e como Thorin vai ficando cada vez mais ganancioso e diferente conforme a perspectiva de reaver seu trono vai ficando mais próxima. 
Como todos os filmes inspirados na obra de Tolkien a fotografia e os efeitos especiais são lindos, a parte gráfica está perfeita, o que dizer de Samaug, o dragão, está totalmente realista e a dublagem de Benedict Cumberbatch foi sensacional. 

Como um todo gostei bastante desse filme, mas deixo duas ressalvas, a primeira é que tinha cenas e diálogos do livro que gostaria muito de ver no filme porém  infelizmente não entraram, mas esse é o fardo de todas as adaptações. A segunda foi o corte final do filme, sei que a história termina com um cliffhanger para o próximo mas tenho que dizer que foi um pouco abrupto (ao ponto de várias pessoas continuarem na sala de cinema para ver se teria mais coisas após os créditos, inclusive eu). 

Agora é mais uma espera de um ano para poder assistir o final dessa saga, que comece a contagem regressiva rs. 

8 de dezembro de 2013

[Livro] A casa dos espíritos – Isabel Allende

Livro: A casa dos espíritos
Titulo Original: La casa de los espiritus
Autor: Isabel Allende
Editora: Bertrand
Ano: 1991 (ano da minha edição)
Avaliação: 5/5
Sinopse:
Bestseller internacional considerado pela crítica um clássico da literatura latino-americana, "A Casa dos Espíritos", romance transcendental de Isabel Allende, conta a saga da turbulenta e numerosa família Trueba, do Chile, com o seu patriarca angustiado e suas mulheres clarividentes. Trata-se de uma narrativa vertiginosa que se alimenta de si mesma e parece tender ao infinito. É no seu desfecho que se alcança o efeito trágico da obra cujo limite não é o esgotamento das narrativas, mas um golpe de Estado que metamorfoseia as narrativas em sangue nas sarjetas e as palavras em silêncio. Num panorama da história chilena que vai de 1905 a 1975, desfilam personagens como Esteban Trueba, latifundiário e senador; Clara, sua mulher clarividente e Alba, sua neta, jovem, socialista e, portanto adversária do patriarca e de seus cúmplices. (Fonte: Skoob)


Comentários:  
Para mim, foi uma das poucas vezes em que o realismo fantástico se provou mais real e humano que uma biografia. Isabel Allende não nos conta apenas a história de uma família, mas de um povo, de uma nação, de um momento histórico. 
Essa foi uma das escolhas despretensiosas que fiz para o Desafio Literário (sim está atrasado mais uma vez, mas esse livro exigiu um cuidado, um carinho e um tempo maior de leitura que cedi sem questionar) quando vi que o tema era sobre livros que já tinham sido proibidos e vi que A Casa dos Espíritos estava na lista decidi por essa leitura por simplesmente já ter ouvido falar e fiquei curiosa, por fim, foi uma das minhas melhores leituras. 
Neste livro Isabel Allende irá contar toda a história da família Trueba, a começar por Esteban Trueba, um homem simples que fez tudo para subir na vida se tornando um homem duro, agressivo, tradicionalista e democrata, sendo ele o eixo central para o restante, como Clara, a clarividente, sua esposa e o personagem que carrega grande parte da fantasia da história, ela possui o dom de falar com os espíritos, mover objetos com a mente, prever o futuro e tantas outras habilidades que ela vai demonstrando ao decorrer da história e a narrativa segue por seus filhos e culmina em sua neta Alba, que é o oposto de seu avô, mas ambos acabam por serem participantes da parte mais densa e mais bonita da história. 
No início o que mais me gerou estranhamento durante a leitura foi o que mais me cativou no fim, que é justamente o estilo narrativo de Isabel Allende que se utiliza de múltiplos narradores durante a história, um narrador em terceira pessoa, a narrativa de Esteban Trueba e no fim há também a narrativa de Alba, e essa troca de narradores muitas vezes não tem demarcação durante o texto, o que causa o estranhamento, mas assim que se pega o ritmo da leitura é o que mais encanta, pois além de criar vários pontos de vista é possível ter empatia com personagens, ver pontos serem abordados por perspectivas diferentes, o que normalmente em uma narrativa em terceira pessoa não aconteceria.
Os personagens são um show a parte que Isabel Allende traz ao leitor, por trabalhar a evolução de uma família é necessário muitos personagens e quando um autor tem que trabalhar com um elenco tão grande, muitas vezes algum é esquecido durante o caminho ou não é bem trabalhado o que não acontece em momento nenhum neste livro, os personagens são bem trabalhados, vão evoluindo e ganhando espaço e mais do que dar um destino a eles Allende dá um propósito, não há personagem que aparece levianamente, todos tem um porquê de ser e estar no momento em que aparecem. 
Este livro me encantou por todos os seus aspectos, a narrativa de Allende, o enredo, o pano de fundo, os personagens, o suave traço de fantástico, enfim, tudo, e a considerar que este é o romance de estreia da autora não posso estar menos do que empolgada para ler seus outros livros. 




2 de dezembro de 2013

[DDI] Ah, e novembro…

Há um tempo vi no face uma frase que dizia que novembro é a quinta-feira do ano e para mim foi totalmente verdade, novembro foi um mês movimentado corrido e emocionante, uma boa preparação para o mais corrido ainda último mês do ano. 

Livros lidos: 
Em novembro consegui retomar um pouco meu ritmo de leitura que tinha perdido totalmente em outubro, comecei o mês terminando a leitura de O Garoto no Convés, de John Boyne (resenha em breve), amei esse livro confirmando mais uma vez meu gosto pela narrativa suave de John Boyne, depois foi a vez de Os Adoráveis, de Sarra Manning (resenha) não gostei muito do livro, mais devido a uma falta de identificação do que realmente falha da narrativa, continuei o mês com Mago Aprendiz, de Raymond E. Feist (resenha), primeiro livro da editora estreante a Saída de Emergência, o livro não me conquistou totalmente, mas estou curiosa para saber o rumo da história nos próximos volumes da série. Fechando o mês estou lendo A Casa dos Espíritos, da Isabel Allende, este livro deveria ser minha leitura de novembro do Desafio Literário, porém como estou atrasando as últimas resenhas não poderia deixar de fazer com esse também rs, a narrativa me pegou desprevenida por ser bem louca e totalmente sem linearidade, mas a história está interessante. 

Livros recebidos/comprados: 
Esse mês recebi da editora Arqueiro/Saída de Emergência o livro A Corte do Ar, de Stephen Hunt, o projeto gráfico desse livro está lindo, a capa é maravilhosa, estou bem ansiosa com a história, meu primeiro livro Steampunk. Recebi A Queda de Lúcifer, de Alec Wendy da editora Jangada, parceira do blog Memories of the Angel, e o livro é para uma participação no blog da Mi. Por fim a editora Novo Conceito me enviou os livros O Presente, da Cecelia Ahern; Esconda-se, da Lisa Gardner e A Casa do Céu, de Amanda Lindhout e Sara Corbett. Apesar de novembro ser o mês da Black Friday eu mal comprei livros, consegui me conter, comprei A Casa dos Espíritos da Isabel Allende, a antologia de contos Segredos de Família e Boneco de Neve, do Jo Nesbo. 


Quadrinhos: 
Estou acompanhando a coleção da Salvat de histórias clássicas da Marvel (logo mais faço um post só sobre essa coleção) e esse mês foram lançados Capitão América – Tempo Esgotado e O Espetacular Homem-Aranha – A Última Caçada de Kraven. Não lia mangás há muito tempo e decidi voltar o hábito, para começar comprei o The Innocent, logo mais vou ler. 




Filmes: 
Não sou uma grande frequentadora de cinema, apesar de amar ver os filmes na telona, mas esse mês foi uma exceção com a estreia de dois filmes que queria muito ver, o primeiro foi Thor: O Mundo Sombrio (resenha) e o segundo foi E Chamas (resenha)- que pro falta de uma fui assistir duas vezes. Não vi nenhum filme em casa esse mês :(


Teatro:
Esse mês foi o mais esperado do ano para mim, sou uma amante de musicais e não poderia estar menos do que empolgada para assistir ao musical do O Rei Leão (resenha) e amei.

Séries: 
Finalmente terminei de ver Fringe (resenha em breve) estava com muito medo do fim mas meus temores não se concretizaram. Me atualizei nas novas temporadas de Castle e Lost Girl e comecei a assistir Marvel: Agents of S.H.I.E.L.D., com as séries que já acompanhava estou bem empolgada e com a da Marvel ela é morninha, mas vou continuar assistindo pois acho que a séries será uma ligação entre os filmes, eu acho.

Música: 
Em São Paulo, no fim deste mês a GVT produziu um show em tributo ao Cazuza, e a grande surpresa era que o show teria o recurso do holograma 4D do cantor, e posso dizer que estar lá foi de outro mundo, foi como se por alguns momentos ele realmente estivesse lá no palco, e como tinha colocado no face, o poeta está vivo.


Extras: 
Depois de um encontro silencioso com um bookaholic em pleno horário de almoço (post) para aqueles que moram em São Paulo, em comemoração aos 50 anos das histórias da Mônica, está acontecendo o Mônica Parede, estátuas da personagem de quadrinhos foram espalhadas pela cidade em várias formas diferentes e eu não podia fazer menos do que caçar algumas por ai para tirar fotos, essas cinco estão na Avenida Paulista mais ainda quero fotos com outras, então a caça continua.


E que venha a sexta-feira do ano, ou melhor, dezembro.

DDI – Delírios, Devaneios e Insensatez - um espaço em que escrevo todos os pensamentos, delírios e devaneios que vêm a minha cabeça, o que é no mínimo uma insensatez. 

21 de novembro de 2013

[DDI] Encontro bookaholic

O post de hoje é apenas uma pequena história, um desabafo, um jogar palavras ao vento depois de um dia pesado de trabalho, sobre um pequeno momento do meu dia que me deixou particularmente satisfeita: A felicidade de reconhecer alguém de sua mesma “espécie”. 

Quando digo espécie quero dizer um bookaholic, um viciado em livros, alguém como eu e a maioria dos meus amigos. 
Hoje em meu horário de almoço fui em um daqueles restaurantes em que é preciso dividir a mesa com pessoas desconhecidas devido a falta de espaço (uma das representações diárias da hiperpopulação de SP) e ao meu lado sentou um menino, parecia ser tímido, não levantava a cabeça além do necessário para poder comer, mas o que me chamou a atenção foi outro detalhe, ele colocou ao lado da bandeja um livro (Trono de Fogo do Riordan) e enquanto começava a comer olhava para a capa do livro como se estivesse ponderando. Até que desistiu de resistir, abriu o livro e começou a ler enquanto almoçava, como se aquela parte importante da história não pudesse esperar um mero detalhe fútil de nossa constituição orgânica como comer para ser lida, e ele devorava as palavras com mais gosto do que a própria comida. Na verdade ele mal percebeu quando o conteúdo de seu prato acabou, continuou lendo. 

Ri com o canto dos lábios antes de ir embora pensando “guri, eu te entendo” quantas vezes eu mesmo não abri o livro no horário do almoço porque precisava desesperadamente saber o que iria acontecer, abdiquei de horas de sono, perdi o ponto do ônibus ou a estação do metrô, não vi que o celular estava tocando entre tantas outras coisas. Sei como é estar nesse mundo a parte, nesse mundo que muda de cenário a cada livro lido. 

Sai do restaurante e fui resolver outras coisas, enquanto estava voltando do almoço, como se o destino risse dos meus pensamentos, cruzei com o mesmo guri mais uma vez, e nas mãos além do livro que estava lendo ele carregava a sacola do sebo que tem perto do meu trabalho com mais pelo menos três e quase gargalhando pensei “é, eu realmente te entendo” afinal esse sebo já angariou uma boa parte do meu salário com esse pequeno vicio. 
Sim, é bom cruzar com amantes de livros ao acaso e saber que nos reconhecemos nesse mundo louco. 


DDI – Delírios, Devaneios e Insensatez - um espaço em que escrevo todos os pensamentos, delírios e devaneios que vêm a minha cabeça, o que é no mínimo uma insensatez. 

2 de novembro de 2013

[Livro] A culpa é das estrelas – John Green


Livro: A culpa é das estrelas
Titulo Original: The fault in our stars
Autor: John Green
Editora: Intrínseca
Ano: 2012
Avaliação: 5/5
Sinopse:
A culpa é das estrelas narra o romance de dois adolescentes que se conhecem (e se apaixonam) em um Grupo de Apoio para Crianças com Câncer: Hazel, uma jovem de dezesseis anos que sobrevive graças a uma droga revolucionária que detém a metástase em seus pulmões, e Augustus Waters, de dezessete, ex-jogador de basquete que perdeu a perna para o osteosarcoma. Como Hazel, Gus é inteligente, tem ótimo senso de humor e gosta de brincar com os clichês do mundo do câncer - a principal arma dos dois para enfrentar a doença que lentamente drena a vida das pessoas. (Fonte: Skoob)


Comentários:
Este mês o tema para o desafio literário do mês de outubro (sim, eu sei, mas uma resenha atrasada, shame on me) é sobre histórias de superação, eu tinha programado a leitura de outro livro (O Garoto do Convés, de John Boyne), mas lembrei de um outro livro que tinha ouvido criticas positivas e estava querendo muito ler, então a leitura desse mês é de A Culpa é das Estrelas de John Green
Um livro doce, suave, emocionante e triste.
Tenho uma certa tendência e livros com uma história triste, mas sou chata para gostar da leitura, não basta ter um evento e muitas lágrimas, não basta ser simplesmente um drama, a tristeza tem que dar um toque suave a história (quase como cores frias em um quadro), um complemento, ela tem que estar presente mas não ser o personagem ou cenário principal e John Green entendeu bem o que gosto de ler. 
Nunca tinha lido nada de Green, mas não fui imune aos inúmeros comentários positivos sobre sua obra e foi com essa expectativa que iniciei a leitura de “A Culpa é das Estrelas”. 
Quando li a sinopse já imaginava uma história com uma forte carga emocional, afinal era sobre a relação de adolescentes com câncer, mas o autor construiu a história tão bem que o drama, os momentos de dor são na medida certa, fazem parte integrante da história, e molda os personagens. 
O livro é narrado por Hazel, personagem principal que vive sobre a sombra e o peso de um câncer terminal, mas como não sabe exatamente quando irá morrer tenta seguir sua vida e acaba por conhecer Gus, garoto lindo que está em período de remissão de um câncer e Isaac, adolescente que possui um câncer ocular, e a história trará o relacionamento de Hazel com eles e com sua própria condição. 
A narrativa de Green possui um peso e uma suavidade ao mesmo tempo, os personagens tratam da morte e da doença com o máximo de naturalidade possível, não há um pedantismo, todos estão conscientes de sua situação e apesar de serem adolescentes os diálogos são bem elaborados e profundos. 
Os personagens são bem trabalhados, evoluem conforme a leitura flui e carregados de sentimentos e emoções. 
Uma leitura que realmente recomendo e quero muito ler outros livros do autor. 


28 de outubro de 2013

[DDI] Mudanças

Oi  gente, primeiro gostaria de me desculpar pelo pequeno hiato de postagens que o blog está passando, nesses últimos períodos não estava conseguindo manter uma regularidade de postagens, passava tempos postando sempre e depois chegava em uma temporada em branco. 
O que acontece é que esse blog é uma parte da minha vida, uma parte de mim e quando sofro mudanças ele acaba se adaptando, se renovando e mudando comigo. No início este era apenas um blog literário, todas as postagens se tratavam sobre livros e seu universo, porém mesmo que os livros sejam minha paixão, minha escolha de vida e minha profissão, vi que tinha mais a falar e escolhi em abordar sobre eventos, filmes, séries, músicas e peças de teatro, outras coisas que envolvem o meu universo. Mas agora, como a metamorfose ambulante que sou, estou em uma nova fase em que quero mudar, descobrir, inovar e a rotina não está conseguindo me completar, com isso o atual modelo de resenhas e o padrão de postagens não está em sintonia com o que estou sentindo e acabei perdendo o ritmo da escrita. 


Pensando em todos esses pontos quero tentar inovar o blog, mudar as postagens, experimentar e fazer com que esse pedaço tão importante de mim se encaixe com minha visão novamente, tudo é feito de mudanças e que os novos ventos façam do Olhos de Ressaca, esse meu espaço tão querido de margens vermelhas, uma casa, um aconchego, um espelho para mostrar uma pequena porção de tudo o que sou, essa confusão sem fim ou começo, sem um rumo certo a não ser o horizonte que meus olhos tocam quando olho para o futuro. 
Umas das mudanças que vou colocar aos poucos é essa coluna que vou chamar de DDI – Delírios, Devaneios e Insensatez em que vou falar sobre assuntos aleatórios, tem um dedinho de prosa contar meus pensamentos soltos em busca de ordem, seja ela qual for. 



6 de outubro de 2013

[Livro] A máquina de fazer espanhóis – Valter Hugo Mãe


Livro: A máquina de fazer espanhóis
Titulo Original: A máquina de fazer espanhóis
Autor: Valter Hugo Mãe
Editora: Cosac Naify
Ano: 2011
Avaliação: 5/5
Sinopse:
Com um estilo de prosa que José Saramago definiu como um “tsunami linguístico, semântico e sintático”, valter hugo mãe é o mais prestigiado autor de sua geração em Portugal. Em a máquina de fazer espanhóis, seu romance mais recente, valter hugo narra a história de antónio jorge da silva, um barbeiro de 84 anos que depois de perder a mulher, passa a viver num asilo.
 Sozinho, mas sem sucumbir ao pessimismo, silva se vê obrigado a investigar novas formas de conduzir sua vida. Ele, que viveu sob o peso da ditadura salazarista, faz também uma dura revisão de seu passado e de toda uma geração – não sem notar que o pessimismo sobre o papel de Portugal no mundo exacerbou-se. Considerado o acontecimento literário de 2010 em Portugal, a máquina de fazer espanhóis foi o segundo livro de ficção mais vendido naquele ano no país. A edição da Cosac Naify tem projeto especial, com capa desenhada pelo escritor e quadrinista Lourenço Mutarelli. (Fonte: site da Cosac Naify) 


Comentários:
O que dizer sobre A Máquina de Fazer Espanhóis, simplesmente que foi um livro que me arrebatou, me embalou, me proporcionou sensações e emoções que eu nunca tinha pensado, ao explorar uma situação não muito trabalhada e de uma forma regada a sentimentos, reflexões e uma linguagem tão poética que se mistura a historia ligando as pontas no enredo. 
Quando vi que o tema do Desafio Literário do mês de setembro (sim, atrasei um pouco esse mês) era autores portugueses contemporâneos, logo decidi que queria colocar uma das indicações que tinha recebido há um tempo e iria ler o livro de Valter Hugo Mãe, mas estava difícil de adquiri-lo, seu preço nunca baixava até que em um dia feliz vejo pelas redes sociais que estava aberto o Cosacday  (período em que a editora Cosac Naify faz uma grande promoção de suas obras) e com isso finalmente consegui o livro que talvez seja um dos melhores do ano, A Máquina de Fazer Espanhóis. 
Logo ao abrir o exemplar a primeira reação é de estranhamento, a diagramação é muito diferente, o texto é alinhado a esquerda e não justificado. Sem contar que possui uma regra de acentuação própria, apesar de ter os pontos normais, é todo escrito em caixa baixa, não havendo letras maiúsculas após os pontos e sem separação para os diálogos. Outro diferencial é que o livro está em português de Portugal, então há acentuação diferente (como por exemplo, a palavra oxigénio) e um linguajar próprio. 
Após superar esse estranhamento inicial o que resta é toda uma linda história contando sobre antónio jorge da silva (assim mesmo, em caixa baixa, como no livro), que após perder sua esposa, é mandado para um asilo/casa de repouso e lá terá que se descobrir e se reinventar sem ela e já aos 84 anos. 

“não a posso deixar aqui sozinha. não estaria sozinha. estaria sozinha de mim, que é a solidão que me interessa e a de que tenho medo.” p. 14

Na verdade esse é um resumo muito simplório para toda a grandiosidade do livro, pois este trata de assuntos de grande amplitude, como a busca pela identidade dos portugueses após o domínio de Salazar e a grande metafísica da vida, e para demonstrar esse último tema o autor me encantou ao fazer uma intertextualidade com o poema Tabacaria de Fernando Pessoa (poema esse que amo). 

“um dia seremos cidadãos de um mesmo mundo. iguais, todos iguais e felizes nem que seja por obrigação. estamos a alastrar, como compete, e um dia ainda deixaremos de ser silvestres, agrestes, isso de ir como o mato, porque estaremos cada vez com melhores maneiras, como as que assistem aos grandes caracteres. um dia, caramba, estaremos até cheios de razão."  p. 13

Com uma linguagem poética, cheia de frases marcantes silva irá descobrindo sua vida e o que têm importância após a perda de um amor e de uma vida. A narrativa não é linear, irá intercalar momentos presentes com flashbacks da vida de antónio para mostrar a construção do personagem. 
Simplesmente encantador e marcante. 

“a coragem tem falhas sérias aqui e acolá. e nós, que não somos de modo algum feitos de ferro, falhamos talvez demasiado, o que nem por isso nos torna covardes, apenas os mesmos de sempre. os mesmos vulneráveis e atordoados seres humanos de sempre.” p. 102


5 de setembro de 2013

[Livro] O poder da espada – Joe Abercrombie


Livro: O poder da espada
Titulo Original: The Blade Itself
Autor: Joe Abercrombie
Editora: Arqueiro
Ano: 2013
Avaliação: 4/5
Sinopse:
Sand dan Glokta é um carrasco implacável a serviço da Inquisição de Sua Majestade. Nas mãos dele, os supostos traidores da Coroa admitem crimes, apontam comparsas e assinam confissões - sejam eles culpados ou não. Por ironia, Glokta é um ex-prisioneiro de guerra que passou dois anos sob tortura.
Mas isso nunca teria acontecido se dependesse de Logen Nove Dedos. Ele jamais deixaria um inimigo viver tanto tempo. Só que isso foi antes. Agora ele está decidido a mudar. Não quer ser lembrado apenas por seus feitos cruéis e pelos muitos inimigos que se alegrarão com sua morte.
Já a felicidade do jovem e mulherengo Jezal dan Luthar seria alcançar fama e glória vencendo o Campeonato de esgrima, para depois ser recompensado com um alto cargo no governo que lhe permitisse jamais ter um dia de trabalho pesado na vida. Mas há uma guerra iminente e ele pode ser convocado a qualquer momento. Luthar sabe que, nos campos do Norte gelado, o embate segue regras muito menos civilizadas que as do esporte.


Comentários:  
Assumo que esse livro me chamou a atenção principalmente por um elemento, a frase de indicação de George R.R. Martin no verso do livro, logo depois disso já queria ler loucamente o início dessa trilogia indicada pelo autor de “A guerra dos tronos”. 
Uma história de lutas, batalhas, política, ideias, e o que não poderia faltar, como um toque especial, magia e elementos sobrenaturais. 
O livro se passa em uma terra dividida por impérios e guerras aonde as histórias de alguns homens irão se encontrar e se entrelaçar guiadas pelos objetivos de um mago misterioso. 
Logo no início somos apresentados a Logan Nove Dedos, ou como era conhecido, o Nove Sangrento, um nórdico que está lutando há muito tempo e em busca de mudar seu passado e de um novo rumo para a sua vida. Com isso, ele segue Bayaz para um destino que não conhece. 
Sand dan Glokta é um inquisidor da coroa, um carrasco a serviço da dura Inquisição e que não reluta em usar todos os meios possíveis para conseguir as confissões de seus interrogados. Porém ele também é marcado por seu passado, antes de se tornar um inquisidor era um soldado com um futuro promissor, mas que foi capturado e passou por dois anos de tortura. Agora ele pratica com os outros o que tanto alterou a sua vida. 
Jezal dan Luthar é um nobre que possui uma vida relativamente fácil, trabalha no exército e está se preparando para o grande evento de sua vida, um campeonato de esgrima que irá definir o campeão do rei. 
Esses personagens e tantos outros terão suas vidas ligadas por Bayaz, o Primeiro dos Magos, um homem misterioso que possui um grande objetivo que mantêm em segredo, mas que irá mudar o destino de todos. 
Os personagens são bem construídos pelo autor, ele são complexos e todos possuem características bem irrigadas e trabalhadas, o passado e presente de cada um são explorados, porém ainda mantendo um mistério em relação a alguns outros. 
Gostei muito da narrativa usada por Joe Abercrombie, ele intercala capítulos com as histórias de todos os personagens e faz com que o leitor além de ter uma boa perspectiva sobre cada um deles também consiga saber o que está acontecendo em todo o território em que se passa a narrativa com vários pontos de vista. 
O ambiente explorado é cheio de tensão, cheio de guerras e batalhas e jogadas políticas. Há um império central chamado de União, porém ele está ameaçado tanto internamente (com um reinado fraco e grandes artimanhas políticas em sua parte administrativa, o Conselho Fechado) e externamente, sendo ameaçado em suas fronteiras tanto pelos nórdicos ao norte quanto pela outra civilização ao sul. Abercrombie faz descrições muito boas das cenas de batalha é possível sentir as laminas batendo e sangue se espalhando. 
Realmente gostei muito desse início da trilogia, o cenário e as situações foram bem apresentadas, estou ansiosa com o restante da série. 


Série A Primeira Lei: 
1 – O poder da espada 
2 – Antes da forca (previsão: janeiro de 2014)
3 – O duelo dos reis (sem previsão)

25 de agosto de 2013

[Livro] A Letra Escarlate – Nathaniel Hawthorne

Livro: A Letra Escarlate
Titulo Original: The Scarlet Letter
Autor: Nathaniel Hawthorne
Editora: BestBolso
Ano: 2012 (ano da minha edição)
Avaliação: 3,5/5
Sinopse:Na rígida comunidade puritana de Boston do século XVII, a jovem Hester Prynne tem uma relação adúltera que termina com o nascimento de uma criança ilegítima. Desonrada e renegada publicamente, ela é obrigada a levar sempre a letra “A” de adúltera bordada em seu peito. Hester, primeira autêntica heroína da literatura norte-americana, se vale de sua força interior e de sua convicção de espírito para criar a filha sozinha, lidar com a volta do marido e proteger o segredo acerca da identidade de seu amante. Aclamado desde seu lançamento como um clássico, A letra escarlate é um retrato dramático e comovente da submissão e da resistência às normas sociais, da paixão e da fragilidade humanas, e uma das obras-primas da literatura mundial.


Comentários:  
O tema para o mês de agosto do Desafio Literário é sobre vingança e com isso decidi ler um livro que tinha vontade já fazia um tempo, A Letra Escarlate, de Nathaniel Hawthorne. 
Logo no início da história o leitor é apresentado ao drama de Hester Prynne, uma mulher que mora em Salem e que foi condenada pelos magistérios a carregar uma letra A escarlate bordada no peito como punição para o crime de adultério. O caso de Hester é complicado, pois seu marido na verdade está desaparecido e ela também se recusa a revelar o nome de seu amante. A população rejeita Hester e sua filha Pearl  (a criança é fruto desta relação proibida) e elas irão viver a margem de uma sociedade puritana, arraigada em suas regras e códigos de conduta e vão sentir na pele o peso da letra escarlate que Hester carrega no peito. 
Esse foi um livro que escolhi pelo renome que possui como um dos clássicos americanos, mas na verdade eu não conhecia nada sobre seu enredo. Como uma narrativa de 1850 o autor irá trazer o retrato da sociedade puritana daquela época. 
A narrativa de Nathaniel Hawthorne foi uma das dificuldades que tive em relação à leitura, muitas vezes me sentia perdida, ou desviada do foco principal, a narrativa possui vários momentos descritivos e linhas de fluxo de pensamentos tanto dos personagens como do narrador. 
Gostei das caracterizações e o modo com que o autor conseguiu descrever a sociedade e como um crime e uma punição, que pode parecer simples, porém cheia de simbolismo, afinal Hester não carregava apenas a letra, mas com ela o peso do seu erro todos os dias e isso era refletido no comportamento dos que a cercavam. 
Agora, sei que o tema do desafio era sobre vingança e que até o momento nem citei onde ela se encaixa na história, bom acho que se eu falar muito acabará sendo um spoiler considerando que ela só é realmente revelada após a metade do livro mas possui uma relação com o marido desaparecido de Hester e o nome que ela insiste tanto em ocultar. 
Um comentário a mais sobre a obra que queria fazer é sobre os dois prefácios que acompanham a narrativa, pois gostei muito do modo como desde o início o autor dá o tom de suas criticas sociais de uma maneira incisiva, regada de ironia e humor. O prefácio da primeira edição vai contar como era a vida do autor quando trabalhava em uma alfândega (lugar com a qual se deparou com indícios que o fizeram criar a história de A Letra Escarlate) e toda crítica à burocracia e às pessoas que viviam nesse ambiente e o segundo prefácio é uma defesa do autor ao anterior. 


23 de julho de 2013

[Livro] Branca como Leite, Vermelha como Sangue – Alessandro D’Avenia


Livro: Branca como Leite, Vermelha como Sangue
Titulo Original: Bianca come Il latte, rossa come Il sangue
Autor: Alessandro D’Avenia
Editora: Bertrand
Ano: 2011
Avaliação: 5/5
Sinopse:Branca como o leite, vermelha como o sangue apresenta o monólogo de Leo e conta o que acontece no momento em que, na vida de um adolescente, irrompem o sofrimento e o pesar, e o mundo dos adultos parece não ter nada a dizer. (Fonte: Livraria Cultura) 







Comentários:
Um livro doce, poético e sensível. Uma narrativa que toma, embala e encanta. 
Para o tema do Desafio Literário desse mês (cores no titulo) decidi ler um livro que estava parado na minha estante, Branca como Leite, Vermelha como Sangue, de Alessandro D’Avenia. 
Quando escolhi esse livro não sabia nada sobre a história, tinha apenas o conhecimento de que seria um romance e ao ler a sinopse vi que seria uma trama adolescente, o que me deixou receosa, pois muitos livros com narradores dessa idade não me agradam muito, mas fui totalmente surpreendida com a história de D’Avenia, por sua simples sensibilidade, que costuma ser aquela que mais toca. 
O livro irá contar um ano letivo na vida de Leo, adolescente bem comum que como característico dessa idade vive bem intensamente, e ama intensamente, sem motivo, sem lógica, e com isso Leo ama Beatriz, a menina de cabelos vermelhos e pele branca que estuda em sua escola. Mas também temos a visão de sua vida como um todo, a relação com a escola, com seus amigos e com si mesmo nesta fase de descobertas. 
E em boa parte é disso que este livro irá falar, descobertas, Leo está descobrindo seus sentimentos, está descobrindo a vida e quem ele é nesse mundo de cores e sensações tão amplos quando boa parte da inocência ainda existe. 
A história me ganhou, mas ela já foi contada antes, o diferencial mesmo foi a narrativa de D’Avenia que explora o lado sentimental de tudo, é possível se sentir adolescente ao ler o livro, suas confusões e revoltas, mas nem por isso na narrativa é imatura, muito pelo contrário, é dotada de profundidade e possui frases e linhas de raciocínio tão bem desenvolvidos que chega quase a ser poético. Um dos exemplos que mais me cativou foi o uso de cores como analogia para sentimentos e sensações, um recurso simples mas que gera pensamentos e momentos de reflexão. 
Gostei muito e agora quero ler mais livros de Alessandro D’Avenia para poder ter mais experiências com seu estilo narrativo. 

“O silêncio é branco. Na verdade, o branco é uma cor que não suporto: não tem limites...Ou melhor, o branco não é sequer uma cor. Não é nada, é como o silêncio. Um nada sem palavras e sem música. Em silêncio: em branco.” p. 10

“Decididamente, os adultos estão no mundo para nos lembrar dos medos que nós não temos. São eles que têm medo.”  p. 70

“A ignorância é a coisa mais confortável que eu conheço, depois do sofá da minha casa.” p. 93

“ – Engana-se Leo. A maturidade não se revela em querer morrer por uma causa nobre, mas em querer viver humildemente por ela.” p. 220


17 de julho de 2013

[Teatro] A Princesinha


Como primeiro musical do ano fui assistir ao A Princesinha. 
Espetáculo apresentado pela Fundação Lia Maria Aguiar que  traz uma adaptação da obra de Frances Hodgson Burnett. 
A peça conta a história de Sara Crewe, uma menina meiga, cheia de imaginação e histórias, que mora na Índia e conta com Maya para ajudá-la enquanto espera seu pai voltar da guerra, e quando isso finalmente acontece Sara descobre que seu pai irá explorar minas de diamante e por isso acaba levando a garota para um colégio interno em Londres, onde a vida de Sara irá mudar e ela terá que continuar acreditando em todas as histórias que ouviu quando criança, que ela, como todas as mulheres, é uma princesa e principalmente que tudo pode melhorar. 

O espetáculo possui um estilo narrativo diferente, além das situações da vida de Sara a peça conta com um “narrador”, Ram Dass que possui uma autonomia em toda a peça, além de poder interferir nas cenas atuais ele também participa das histórias contadas por Sara e interage com a plateia. 

Por ser um espetáculo infantil a linha da história, os diálogos e as músicas são mais simples, com várias pitadas de humor e uma moral a ser assimilada no fim.  
Apesar de apenas uma pequena parte do primeiro ato se passar na Índia a influência dessa cultura tão exótica se dá por toda a peça e é seu grande diferencial, as cores vivas, as músicas alegres, as lendas, enfim, várias características podem ser percebidas e encanta o espectador. 
O trabalho dos atores está muito bom, grande parte dos personagens é interpretada por crianças que se mostraram muito bem preparadas e talentosas, além dos demais autores já conhecidos e que interpretaram os papéis dos personagens adultos da história. 
Recomendo esse musical para aqueles que buscam leveza, cores e diversão, um musical infantil para todos. 
O espetáculo está em cartaz no Teatro Anhembi Morumbi (R. Dr. Almeida Lima, 1.176 - Brás, São Paulo, 03164-000) aos sábados e domingos, às 16 horas até o dia 28 de julho. Para mais informações veja aqui

28 de junho de 2013

[Livro] O Morro dos Ventos Uivantes – Emily Brontë

Livro: O Morro dos Ventos Uivantes
Titulo Original: Wuthering Heights
Autor: Emily Brontë
Editora: Abril S.A.
Ano: edição lida de 2010 (edição original de 1947)
Avaliação: 5/5
Sinopse:
Na fazenda chamada Morro dos Ventos Uivantes nasce uma paixão devastadora entre Heathcliff e Catherine, amigos de infância e cruelmente separados pelo destino. Mas a união do casal é mais forte do que qualquer tormenta: um amor proibido que deixará rastros de ira e vingança. "Meu amor por Heathcliff é como uma rocha eterna. Eu sou Heathcliff", diz a apaixonada Cathy. O único romance escrito por Emily Brontë e uma das histórias de amor mais surpreendentes de todos os tempos.



Comentários:  
Usando o desafio literário para poder ler livros que sempre quis aproveitei o tema desse mês (romance psicológico) para poder ler O Morro dos Ventos Uivantes, obra prima e única de Emily Brontë.
Seguindo mais uma vez a linha dos livros que já tinha estudado e conhecia a história e vários detalhes (assim como em Orgulho e Preconceito) e também comprovei que não há nada como ler uma obra para entender tudo o que dizem sobre ela (no caso de O Morro dos Ventos Uivantes, sobre sua grandiosidade, sua importância para o romance entre outras coisas). 
O que posso dizer foi que tive uma experiência única de leitura com esse livro, fazia muito tempo mesmo que não me envolvia dessa forma com os personagens, todos eles despertaram diversos sentimentos em mim, dos mais contraditórios, e foi isso que me encantou nesse livro, mais do que a história em si, os personagens são de extrema intensidade, não há sentimentos ou personalidades que não exijam um olhar mais apurado. Não que os personagens sejam bons (por sinal uma das coisas que aconteceu durante minha leitura foi mandar uma mensagem para a Jéssica, colaboradora do blog, que já tinha lido o livro antes para perguntar se tinha algum personagem que se salvava), mas eles são profundos, intensos e humanos, em sua pior versão. 
O livro é um romance que vai tratar sobre Heathcliff e Catherine, uma relação que vai marcar tanto os personagens e que vai deixar marca até em suas futuras gerações. Catherine faz parte da família Earnshaw sendo que seu pai um dia traz uma criança que achou abandonada em Liverpool, Heathcliff. Ambos crescem juntos, mas devido a várias circunstâncias Heathcliff acaba por se tornar rude, quase como um empregado, e isso os distancia e faz com que Catherine escolha se casar com Edgar Linton, jovem rico da região e acabando assim por mudar a vida de todos os personagens. 
Sei que o resumo da história foi breve e raso, porém fiz intencionalmente, não por medo de spoiler, mas por que acredito que as nuances têm de ser lidas e encaixadas no contexto para poderem perceber em como elas interferem na narrativa. 
Os personagens como disse antes são uma das partes principais do livro, todos eles são bem construídos e possuem um porquê de estarem na história, não há personagem que não tenha um contexto e que não altere a narrativa de alguma forma. 
O escrita é densa, não é um romance de “amor” mas de obsessão e de loucura, é uma narrativa mais profunda, repleta de diálogos complexos e situações extremas. A história é guiada por vários sentimentos: amor, medo, egoísmo, insegurança, dor, vingança e loucura e com isso se guiam todos os fatos.
Simplesmente amei esse livro, e sinto que por mais que tente não conseguirei transmitir tudo o que sinto por essa obra ou falar sobre a maldade de Heathcliff, a indecisão e egoísmo de Catherine, a placidez de Edgar Linton e as mudanças de Cathy, só posso dizer uma coisa: leiam. 

6 de junho de 2013

[Filme] Somos tão jovens


Título original: Somos tão jovens
Duração: 104 min
Direção: Antonio Carlos da Fontoura
Roteiro: Marcos Bernstein
Distribuidora: Imagem Filmes
Ano: 2013
Avaliação: 4/5
Sinopse: 
Brasília, 1973. Renato (Thiago Mendonça) acabou de se mudar com a família para a cidade, vindo do Rio de Janeiro. Na época ele sofria de uma doença óssea rara, a epifisiólise, que o deixou numa cadeira de rodas após passar por uma cirurgia. Obrigado a permanecer em casa, aos poucos ele passou a se interessar por música. Fã do punk rock, Renato começa a se envolver com o cenário musical de Brasília após melhorar dos problemas de saúde. É quando ajuda a fundar a banda Aborto Elétrico e, posteriormente, a Legião Urbana. (Fonte: AdoroCinema)


Comentários:
Para mim, fã de Renato Russo que não teve oportunidade de aproveitar sua obra enquanto vivo, foi uma experiência muito boa conhecer um pouco mais da vida desse excelente cantor da música brasileira. 
Somos tão jovens é uma produção nacional que irá contar mais sobre a vida de Renato Russo, mais ou menos do fim de sua adolescência até o momento da criação da banda Legião Urbana. 
A produção me deixou bem satisfeita, podemos ver toda a evolução de Renato e todos os traços de sua personalidade, seu egocentrismo, sua revolta e a dificuldade em se encaixar. 

Durante o filme vemos como Renato começou a entrar no mundo da música, a descoberta do punk, a fundação do Aborto Elétrico (primeira banda de Renato), suas composições, sua fase como Trovador Solitário e depois o início do Legião Urbana, o filme é bem focado na trajetória musical do cantor. 
A produção é simples, focada toda em Renato Russo e sua vida em Brasília sem muitas mudanças e cenário e sem muita evolução temporal. Poucos aspectos mais pessoais da vida do cantor são abordados, muitas coisas ficam subentendidas ou com suaves menções, como sua bissexualidade e a relação com Ana (que na verdade representa uma junção de mulheres na vida de Renato) 

Os atores são um comentário a parte, encarnaram totalmente o papel que estavam representando.  Thiago Mendonça fez o Renato e mergulhou tanto no personagem que a semelhança foi muito além do aspecto físico, chegando a identificação mesmo. Era difícil ver que na verdade quem cantava nas cenas era o Thiago, e os outros atores também trazem a vivida memória de quem representavam. 
Um filme para aqueles que tiveram as músicas de Renato embalando momentos de suas vidas. 


26 de maio de 2013

Listas Aleatórias: 10 itens para um kit de sobrevivência

Ontem, dia 25 de maio, foi o Dia da Toalha, também conhecido como Dia do Orgulho Nerd. Como boa padawan que sou, sei bem que ter um item de poder na bolsa pode salvar o seu dia. E aqui segue uma lista de coisas que podem ser essenciais nas nossas jornadas diárias:


1- Uma toalha, segundo o utilíssimo Guia do Mochileiro das Galáxias, "pode ser usada para se proteger do frio, da chuva, ser amarrada na forma de venda nos olhos no caso de precisar evitar olhar para algo, como uma grande altura ou uma Terrível Besta Voraz de Traal (um animal estonteantemente burro, que acha que, se você não pode vê-lo, ele também não pode ver você - estúpido feito uma anta, mas muito, muito voraz); pode também ser usada para evitar contato com o chão durante a noite, caso queira ou precise dormir ao relento e pode ser usada para se secar após um banho se estiver seca e limpa o suficiente." Não sei vocês, mas não saio de casa sem ter uma na bolsa. É sério.


"Sempre saiba onde está a sua toalha"

2- Uma Chave de Fenda Sônica - O Doutor não sai para explorar o tempo e espaço sem estar sempre acompanhado da sua inseparável Chave de Fenda Sônica. Não é uma arma, mas abre portas como ninguém. E é sônica!


Allons-y!

3- Uma Capa de Invisibilidade - Mesmo que não seja a capa do Harry, que é uma das Relíquias da Morte, pode ser de outro tipo. Um item valioso para excursões secretas para lugares perigosos.




4- Um Sabre de Luz - Mas cuidado, é preciso ser um expert para portar uma dessas!




5 - Phasers - Apesar de terem o poder de matar, também podem ser usadas para defesa, em que um simples "tonteio" pode resolver a situação.




6- Cajado - O cajado de um mago é sempre útil, nem que seja para exorcizar a presença de um balrog, ou para usar na iluminação em cavernas e minas.




7- Bolsa da Hermione - Bolsa de mulher cabe tudo, mas como essa eu ainda preciso ter na vida!


It's bigger on the inside!

8- Espada de Aço Valiriano - "O inverno está chegando" e qualquer coisa que possa ajudar contra "Os Outros" é bem-vinda.




9- Ovos de Dragões - Vai que se dá a sorte de nascerem dragões? Melhor não arriscar! Tenha sempre um a mão.





10- A Bainha da Excalibur - Embora a espada seja muito poderosa, a sua bainha também é igualmente importante, podendo proteger quem a use contra hemorragias intensas em caso de ferimentos.