23 de julho de 2013

[Livro] Branca como Leite, Vermelha como Sangue – Alessandro D’Avenia


Livro: Branca como Leite, Vermelha como Sangue
Titulo Original: Bianca come Il latte, rossa come Il sangue
Autor: Alessandro D’Avenia
Editora: Bertrand
Ano: 2011
Avaliação: 5/5
Sinopse:Branca como o leite, vermelha como o sangue apresenta o monólogo de Leo e conta o que acontece no momento em que, na vida de um adolescente, irrompem o sofrimento e o pesar, e o mundo dos adultos parece não ter nada a dizer. (Fonte: Livraria Cultura) 







Comentários:
Um livro doce, poético e sensível. Uma narrativa que toma, embala e encanta. 
Para o tema do Desafio Literário desse mês (cores no titulo) decidi ler um livro que estava parado na minha estante, Branca como Leite, Vermelha como Sangue, de Alessandro D’Avenia. 
Quando escolhi esse livro não sabia nada sobre a história, tinha apenas o conhecimento de que seria um romance e ao ler a sinopse vi que seria uma trama adolescente, o que me deixou receosa, pois muitos livros com narradores dessa idade não me agradam muito, mas fui totalmente surpreendida com a história de D’Avenia, por sua simples sensibilidade, que costuma ser aquela que mais toca. 
O livro irá contar um ano letivo na vida de Leo, adolescente bem comum que como característico dessa idade vive bem intensamente, e ama intensamente, sem motivo, sem lógica, e com isso Leo ama Beatriz, a menina de cabelos vermelhos e pele branca que estuda em sua escola. Mas também temos a visão de sua vida como um todo, a relação com a escola, com seus amigos e com si mesmo nesta fase de descobertas. 
E em boa parte é disso que este livro irá falar, descobertas, Leo está descobrindo seus sentimentos, está descobrindo a vida e quem ele é nesse mundo de cores e sensações tão amplos quando boa parte da inocência ainda existe. 
A história me ganhou, mas ela já foi contada antes, o diferencial mesmo foi a narrativa de D’Avenia que explora o lado sentimental de tudo, é possível se sentir adolescente ao ler o livro, suas confusões e revoltas, mas nem por isso na narrativa é imatura, muito pelo contrário, é dotada de profundidade e possui frases e linhas de raciocínio tão bem desenvolvidos que chega quase a ser poético. Um dos exemplos que mais me cativou foi o uso de cores como analogia para sentimentos e sensações, um recurso simples mas que gera pensamentos e momentos de reflexão. 
Gostei muito e agora quero ler mais livros de Alessandro D’Avenia para poder ter mais experiências com seu estilo narrativo. 

“O silêncio é branco. Na verdade, o branco é uma cor que não suporto: não tem limites...Ou melhor, o branco não é sequer uma cor. Não é nada, é como o silêncio. Um nada sem palavras e sem música. Em silêncio: em branco.” p. 10

“Decididamente, os adultos estão no mundo para nos lembrar dos medos que nós não temos. São eles que têm medo.”  p. 70

“A ignorância é a coisa mais confortável que eu conheço, depois do sofá da minha casa.” p. 93

“ – Engana-se Leo. A maturidade não se revela em querer morrer por uma causa nobre, mas em querer viver humildemente por ela.” p. 220


17 de julho de 2013

[Teatro] A Princesinha


Como primeiro musical do ano fui assistir ao A Princesinha. 
Espetáculo apresentado pela Fundação Lia Maria Aguiar que  traz uma adaptação da obra de Frances Hodgson Burnett. 
A peça conta a história de Sara Crewe, uma menina meiga, cheia de imaginação e histórias, que mora na Índia e conta com Maya para ajudá-la enquanto espera seu pai voltar da guerra, e quando isso finalmente acontece Sara descobre que seu pai irá explorar minas de diamante e por isso acaba levando a garota para um colégio interno em Londres, onde a vida de Sara irá mudar e ela terá que continuar acreditando em todas as histórias que ouviu quando criança, que ela, como todas as mulheres, é uma princesa e principalmente que tudo pode melhorar. 

O espetáculo possui um estilo narrativo diferente, além das situações da vida de Sara a peça conta com um “narrador”, Ram Dass que possui uma autonomia em toda a peça, além de poder interferir nas cenas atuais ele também participa das histórias contadas por Sara e interage com a plateia. 

Por ser um espetáculo infantil a linha da história, os diálogos e as músicas são mais simples, com várias pitadas de humor e uma moral a ser assimilada no fim.  
Apesar de apenas uma pequena parte do primeiro ato se passar na Índia a influência dessa cultura tão exótica se dá por toda a peça e é seu grande diferencial, as cores vivas, as músicas alegres, as lendas, enfim, várias características podem ser percebidas e encanta o espectador. 
O trabalho dos atores está muito bom, grande parte dos personagens é interpretada por crianças que se mostraram muito bem preparadas e talentosas, além dos demais autores já conhecidos e que interpretaram os papéis dos personagens adultos da história. 
Recomendo esse musical para aqueles que buscam leveza, cores e diversão, um musical infantil para todos. 
O espetáculo está em cartaz no Teatro Anhembi Morumbi (R. Dr. Almeida Lima, 1.176 - Brás, São Paulo, 03164-000) aos sábados e domingos, às 16 horas até o dia 28 de julho. Para mais informações veja aqui